HISTÓRIA
Durante muito tempo, o nome Phaic Tan esteve associado a atrocidades, miséria e massacres, que, combinados com a péssima qualidade das freeshops, limitavam consideravelmente o número de turistas, e fez com que, na prática, o país fosse visitado apenas por funcionários de organizações humanitárias e especialistas em negociação com seqüestradores. Depois de anos de batalhas sangrentas, no entanto, Phaic Tan pode ser enfim considerada uma nação em paz. Os conflitos armados se restringem somente às províncias do norte e ao Cassino Bumpattabumpah. Por toda a ilha, cidadãos que antes militavam em células guerrilheiras clandestinas finalmente pararam de lutar entre si, e agora recebem os visitantes de braços abertos e gritos de “mãos ao alto!”.
UM OLHAR SOBRE O PASSADO
Segundo os arqueólogos, Phaic Tan foi uma parada importante na rota do homem de Neanderthal da África para a Ásia. Enquanto os membros mais desenvolvidos do clã seguiram em frente, os espécimes mais lerdos e de cérebro menor se estabeleceram em Phaic Tan e se reproduziram. Como viviam em árvores, só quando as florestas começaram a rarear eles foram obrigados a evoluir. Desceram então de seus galhos e se espalharam pelas planícies. Um grupinho dissidente tentou viver debaixo d’água e logo se extinguiu. Datadas de 4000 a.C., evidências do cultivo do arroz foram encontradas no nordeste do país, quando arqueólogos desenterraram ferramentas agrícolas primitivas e um recipiente extremamente arcaico de molho de soja.
No final do segundo milênio antes de Cristo, amostras de bronze, latão, estanho e jade foram trazidas à região por imigrantes chineses. O povo de Phaic Tan logo percebeu o potencial dos novos metais, e inaugurou o que foi provavelmente a primeira loja de quinquilharias e souvenires da Ásia.
A civilização não se instaurou em Phaic Tan até pelo menos 2000 anos atrás, quando hordas de habitantes do centro e do sul da Ásia migraram para lá, atraídos pela abundância de comida e de creches. Foi nessa época que a roda apareceu no país. Em pouco tempo, os nativos começaram a usar os números e, pouco depois, inventaram a roleta.
Por volta do século VII, mercadores e missionários começaram a chegar da Índia. Os mercadores trouxeram do Ocidente novos valores sociais e políticos, bem como estilos artísticos e arquitetônicos. Os missionários trouxeram o bingo. Nesse período, os Tubom, uma seita de budistas castrados de Burma, invadiu o país e forçou os habitantes de Phaic Tan a se tornarem pacifistas.
O POVO
Nunca encontrei um povo tão briguento e belicoso, dado a explosões de raiva diante da menor provocação.
(Jules Grenouille, antropólogo, em 1712, pouco antes de ser apunhalado até a morte por um monge noviço, que se irritou com o barulho da caneta de Grenouille ao escrever.)
Não há dúvidas de que os phaic-taneses têm um longo histórico de massacres e de violência. Há anos, tentando reprimir a propensão belicosa da população, o governo experimentou adicionar estrógeno à água potável. A iniciativa resultou num leve declínio das taxas de criminalidade, e num aumento generalizado de clubes de leitura. A experiência teve que ser abandonada quando um bombeiro de 37 anos, de Pattaponga, ganhou o primeiro lugar num concurso de beleza e foi eleito Miss Phaic Tan.
O SABOR DE PHAIC THAN…
Dica de etiqueta: nos restaurantes e residências de Phaic Tan é de bom tom deixar alguma comida no prato. Não apenas para demonstrar boas maneiras, mas também para dar algo com que trabalhar ao toxicólogo forense que, possivelmente, investigará sua morte.
Os chillis de Phaic Tan são considerados os mais picantes do mundo, tanto que, depois de comê-los, é ilegal arrotar sem a autorização dos bombeiros.
O nergak é um molho de peixe apimentado que acompanha inúmeros pratos em Phaic Tan. Ele é feito de uma planta processada em Pattaponga, uma das maiores fábricas da Ásia, provavelmente a única construção humana que pode ser cheirada da Lua.
O pu wiph é uma fruta tuberosa que dizem combinar o cheiro do queijo gorgonzola com a textura de uma esteira de palha. Quanto ao sabor, ninguém foi corajoso o suficiente para provar.
Para conhecer a comida phaic-tanesa autêntica, vá a uma tradicional barraca de feira, ou sahlmonellah.
MASSAGEM
A massagem tradicional, ou Sem-Saka-Ngem, costuma ser associada à indústria do sexo, mas na verdade as técnicas phaic-tanesas têm pouco a ver com o prazer sensual. A forma mais comum de terapia tátil é o que se chama de massagem “tradicional”, e não é parecida a nada do que já se experimentou antes, a menos que você tenha recentemente tropeçado numa cerca elétrica. Começa com o seu corpo sendo coberto de óleo de coco da cabeça aos pés. O mais estranho do procedimento é que você continua inteiramente vestido. A massoterapeuta, então, começa a trabalhar vigorosamente em diversos pontos de “ativação”, que têm esse nome pois, quando apertados, ativam uma enorme onda de dor. Ao contrário da massagem sueca, que procura relaxar o corpo através de movimentos suaves com as mãos e dedos, os terapeutas phaic-taneses empreendem um ataque de diversas frentes usando as mãos, os polegares, dedos, cotovelos, antebraços, joelhos e, em alguns casos, uma pistola de pregos. A massagem costuma durar meia hora, ou até o cliente desmaiar.
Atenção: Se uma massagista phaic-tanesa prometer um “final feliz”, isso significa que você sairá do local sem ter sua carteira roubada.
Dica fotográfica: Cuidado ao mandar revelar suas fotos nos bairros de vida noturna intensa, pois neles se presume que você quer ter seu rosto coberto por uma tarja preta.
COMO CHEGAR
A maioria dos turistas chega a Phaic Tan de avião, desembarcando no aeroporto de Phlat Chat. Infelizmente, as grandes companhias aéreas não voam até Phlat Chat, inconformadas com a recusa das autoridades do aeroporto em expulsar os camelôs que montaram barracas em torno da pista de aterrissagem.
A melhor maneira de conseguir um vôo é a bordo da transportadora nacional Royal Fok Tok Airlines. Batizada com esse nome em homenagem a uma ave não-voadora, a Fok Tok tem como uma de suas marcas o procedimento de aterrissagem espontâneo, no qual os pilotos desligam os motores dez minutos antes do pouso, para economizar combustível.
A Fok Tok não apenas permite fumar a bordo, como inclusive encoraja a prática, especialmente à noite, quando uma grande quantidade de cigarros acesos compensa a falta de iluminação na cabine.
Se você prefere optar por outro tipo de transporte, há uma ferrovia expressa ligando Phaic Tan a países vizinhos. A linha mais popular é a do Trem-Bala, que funciona duas vezes por semana, e tem esse nome pois é freqüentemente atingida por tiros de rajadas ao cruzar a fronteira
Leia mais no site da Revista Piauí